Sei q a essa altura do campeonato todo mundo já deve estar de saco mais ou menos cheio de toda a Papagaiada em torno do Papa. Seja do novo ou do velho. Como não tenho Cristo em meu coração, vou torrar as paciências alheias mais um pouco a esse respeito.
Cada vez gosto menos do q tenho ouvido falar a respeito do Ratzinger - ou Benê 16. Não acredito q ele vá ser muito mais mal intencionado q a gerencia anterior, mas ele, certamente, será menos carismático e, provavelmente, menos politicamente habilidoso. Isso, por sí só, pode ser um tremente retrocesso. Afinal uma das coisas mais importantes - importantes para o mundo real, não para a "salvação da alma" - do pontificado João Paulo II foi a aproximação com outras religiões mundiais.
Não vamos esquecer q JotaPê 2 foi o primeiro Papa Católico a pisar numa sinagoga ou numa mesquita em 2000 anos de cristandade. Enquanto isso, o Benê andava dando aval nuns documentos q além de tirar dar uma espanada na velha tese da "precedência" do católicismo sobre as d+ religiões tb apontava os "erros" das outras doutrinas. Resumindo: "meu Deus é melhor q o seu". Claro q duvido muito q Benê vá sequer fantasiar de pensar em planejar voltar dizer em voz alta qq coisa dessas.
Mas não é bem q vem incomodando este humilde blogador. Tem coisas na retórica de Benê 16 - todo aquele papo sobre o "secularismo" e o "relativismo moral" - q lembra bastante a retórica do neo-conservadorismo norte-americano. Se for p apostar umas fichas no atual cassino da futurologia pontifícia, digo q, nos próximos anos, veremos a artilharia midiática do Vaticano se colocando abertamente a serviço de setores políticos moderado-conservadores da União Europa. Em resumo, parece estar em gestação uma versão do "voto de valores", q reelegeu W. Bush no ano passado, especialmente adaptada aos gostos do Velho Continente.
Se o chute estiver certo e se Benê 16 durar mais q uns poucos anos os dois centros de poder da tal Civilização Ocidental Cristã vão se tornar cada vez menos "ocidentais" e cada vez mais "cristãos".
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