14.4.05

Biblioteca de Alexandria

A Biblioteca Nacional Francesa está em meio a uma campanha pela digitalização de seu acervo de livros. Coisa de uns 13 milhões de títulos q devem - eventualmente - ser escaneados, revistos e ficarem acessíveis p todo o mundo.

Corre o risco da moda pegar e acabar se tornando um projeto coletivo da União Européia.

Na verdade a proposta francesa é uma reação ao Google Print, projeto q vai colocar on-line os 15 milhões de obras nos acervos de Harvard, Stanford, Universidade do Michigan, Oxford e Biblioteca Pública de Nova York. O Velho Continente está com medo q essa nova facilidade de acesso aos produtos do pensamento anglo-saxonico promova uma reprise no campo da cultura erudita do q aconteceu com a cultura popular e de massas ao século XX.

Mas isso é briga ideológica p cachorro gde. De minha pte vou ficar feliz pelo fato de todo esse acervo se tornar universalmente disponível. Perfeitamente pesquisável. O tempo todo. P todo mundo. Tudo de graça - ao menos nos casos de obras em domínio público.

Com sorte, logo vamos começar a ver os primeiros quiosques de impressão sob demanda. Vc chega, pede p imprimirem uma cópia - completa ou parcial - de um título qq, paga e saí com um livrinho barato nas mãos. Nada mais de editoras e livrarias definindo o q vc pode achar ou não de acordo com critérios comerciais. Nada mais de títulos fora de catálogo. Mais Proust. Menos Paulo Coelho. Menos Dan Brown. Mais autores independentes.

Com ainda mais sorte ainda. Alguém vai se tocar q é possível quebrar esse bloco textual chamado livro p atender certas demandas mais específicas. Dessa forma vc não precisa comprar todo um livro se tudo o q vc precisa é daquele capítulo q o seu professor pediu p a próxima aula... Ainda por cima, vc vai poder fazer tudo isso sem infringir os direitos autorais de ninguém. Os autores podem ser pagos por página impressa.

Acho q isso seria bem mais racional do q a Polícia Federal perder tempo dando batidas em CAs e bibliotecas das universidades p enquadrar estudantes e professores por realizarem o ato guerrilheiro e altamente subversivo da moral cristã de xerocarem os textos didáticos.

"Dotô, o q eu faço com esse meliante?"

"O q o moleque fez?"

"A gente tava dando batida na USP e pegamo ele com um baseado e quatro xerox não autorizadas. Uma do Antonio Cândido, uma do Edgard Morin, uma do Levi-Strauss e uma do Roberto Shinyashiki..."

"Trancafia esse bosta por tráfico, Paranhos."

"Mas dotô! Ele nem tinha tanto fumo assim."

"E quem tá falando do fumo, Paranhos? Tô é falando do Roberto Shinyashiki..."

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