19.5.05

Marketing Crusado

Acho que para pegar uma carona na publicidade de lançamento do Episódio III, o Pentagono voltou a falar em re-lançar - de novo! - o Projeto Guerra nas Estrelas (do NYT - é preciso ter cadastro).

Até aí nenhuma novidade no front, afinal, desde que Reagan lançou oficialmente o projeto nos anos 80, todos os falcões de Washington passaram a incluir traquitanas raitéqui como lasers redirecionados por satélites geoestacionários, bombardeiros (sub)orbitais ou satélites com capacidade para o lançamento de ogivas nucleares em suas listas de final de ano. Sempre que você der de cara com o Rumsfeld sonhando acordado e com os olhinhos brilhando pode apostar que ele está pensando quantos países ele poderia "democratizar" com esses brinquedinhos um tanto Flash Gordon, um pouco Jetsons e um bocado "O Império Contra-Ataca"...

E mesmo que até o momento todas as incarnações do projeto tenham dado com os burros n'água, nada indica que eles [a comunidade dos falcões] tenham se tornado menos entusiásticos com a idéia. Primeiro porque ela é tentadora demais para que um bom falcão resista. Segundo porque reeditar projetos nessa área é a melhor desculpa que eles já encontraram para colocar quantidades obscenas de dinheiro nas mãos da indústria bélica de ponta.

Sobre essa nova edição, vale a pena dizer que, depois do mal fadado Escudo Anti-Misseis na área de defesa, ela busca retomar a vertente ofensiva do projeto que parece mais factível. A Força Aerea até batizou a seu novo sonho espacial com o sujestivo nome de Global Strike (Ataque Global), o que já deixa bem claro a que ele veio.

Entre os mimos que eles andam pensando em desenvolver estão: satélites capazes de desmantelar as telecomunicações de um país alvo; um veículo aeroespacial suborbital que poderia atacar qualquer canto do planeta em 90 minutos; uma plataforma não especificada (poderia ser o tal bombardeiro) de onde se poderia lançar mimosos cilindros de titânio, tungstênio e urânio que atingiram o solo com o impacto de uma pequena bomba atômica; lasers e armas de baseadas em ondas de rádio.

Em resumo, o W. Bush quer construir a Estrela da Morte!

O Haiti é aqui!

Engraçado, basta alguém agitar uma bandeira do MST para alguém falar em violência. Agora isso aqui ninguém cobre.

Boing Boing: Star Wars III online, all studio countermeasures futile, Lucas still rich

Assista "Episódio III - A Vingança dos Sith". Em exibição no cliente p2p mais próximo de você. (a matéria linkada está em inglês)

Era de se esperar. A Lucas Film não conseguiu manter o filme fora da web antes de seu lançamento nos cinemas. Segundo consta não é a versão final (vem com time code e tudo), mas, ainda assim, deve ser pouco ou nada diferente do que todos veremos no cinema.

O post do BB aproveita o caso para malhar a eficácia e a legitimidade das políticas "anti-pirataria" do lobby pró-DRM da RIAA e a MPIAA - coisas do Cory Doctorow.

De volta à estrada?

Deu no Noblat. Gilberto Gil está pensando colocar o violão no saco encerrar sua temporada na Esplanda dos Ministérios. Isso se o Palocci não liberar uma grana para o MinC.

Espera-se que a comunidade internacional demonstre seu apoio ao ministro. Como se sabe as apresentações de Gil são o ponto alto de todas as viagens de Lula.

18.5.05

Pizzaria rodízio?

Os Garotinhos parecem estar começando a assar a deles. O Roberto Jefferson ainda está tentando misturar os ingredientes. Já em Rondônia, as coisas parecem um bocado mais complicadas.

Isso tudo e nem falamo em Romero Jucá e Henrique Meirelles.

Alto Padrão!

Dizem por aí que a Ana Paula Padrão está custando ao Seu Sílvio a bagatela de: R$ 5,5 milhões pela recisão do contrato da moça com a Globo mais R$ 250 mil mensais de salário.

Sei não, mas esses valores sugerem que ou o SBT descolou um patrocínio com a MSI.

No deserto

Ao andar no deserto,
vi o Sol e mais nada.

Nenhum velho xamã
veio, em visões, me saudar.
Oferecer peiote e ervas secretas.
Cantar canções tecidas
dum fio contínuo de palavras sábias
fiado nos seus velhos lábios de couro cru.

Sem profecia, sem destino.
Sem a mágica da manta-canção.
Que protege do Dia. Que protege da Noite. Que protege da paisagem.

A areia
nunca foi dividida em duas
pelo nadar do corpo ondulante
duma Serpente Ancestral.
Ela não veio a mim.
Com Olhos de Jade. Escamas Vermelhas.
Não recebi dela o veneno que cura fadigas.
Transporta para casa quando nos perdemos.
Ela não me deixou cavalgar sua espinha
através da eternidade. Nem desafiou minha coragem.

Não iniciado. Não olhei a boca que engole o tempo.
Não posso ser adulto. Guerreiro. Não sou parte da tribo.
As tendas estão fechadas. As fogueiras apagadas.
As canções de guerra e de caça ficaram mudas para mim.

O céu não foi
coberto pela asa imensa do Falcão.
A sombra não pairou. Continuo vítma do Sol.
O vento não veio. Para soprar o pó. Para ajudar a respirar.

Nenhum Puma.
Nenhum Totem.
Nada me perseguiu
através do deserto
até o lago antigo
o oasis ancestral.
Não beberei das visões.
Não beberei das miragens.
Não beberei água fresca.
Nem do sangue do Cristo.

No deserto:
O Sol e só;
A areia apenas;
Ambas compartilhando, o tom
amarelo-dourado que se impregna em tudo.
"Assim como é embaixo, assim deve ser em cima".
Desafio terreno. Erguido em pilar de poeira.
Uma torre que grita, em mil línguas, palavras absolutamente iguais.

O pó, quente e seco,
é a única chuva.
Ele penetra na carne
como milhões de agulhas.
Lixa a pele.
Come a carne.
Gasta os ossos.
Sobra a alma,
imune a toda morte,
trespassada de Dourado.

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Feito sob a influência do filme do Doors.

13.5.05

Juíza põe Garotinhos de castigo por molecagem eleitoral!

Com perdão pelo título NP, mas os Garotinhos merecem tal tratamento.

Não se animem muito pq, como todos sabem, cantar vitória antes do tempo dá azar.

12.5.05

A harpia já gritou: "É hora! É hora!"

O horário gratuíto do PMDB, q acontece no próximo dia 19, promete toques shakespearianos. Temer, Quercia e Garotinho devem compor um trio-calafrio tão memorável qto as bruxas de MacBeth. Dizem q eles já estão ensaiando a cena do jogral há dias.

Sin embargo, compañero!

Deixa eu ver se entendi a lógica da Peer. Quer dizer q p lucrar cobrando sobre a músicas dos caras não tem embargo, mas na hora de pagar os autores o W. Bush não deixa? Nada como o mercado neo-liberal global. Resta afogar as mágoas num bom trago de rum... ou quem saber mediar fumando um puro cubano... Pq rumba q é bom só com autorização da Condoleeza...

11.5.05

De dar nojo

Não é de hoje q esse tipo de prepotência, me embrulha o estômago - a expressão "podre de rico" tem valor algo literal p mim.

Confesso q não gostei da reportagem sobre a nova super-loja Daslu - bem abaixo do padrão q o nominimo costuma manter. A reporter começa com destacando o depoimento de um operário pobre deslumbrado com a blz do clubinho de meninos ricos q está ajudando a construir -- leia-se, falando da boa e velha mais valia -- e depois parece, ela mesma, deslumbrar-se.

Não descarto q a menina (Célia Chaim) estivesse ironizando, ás vezes é preciso vender a alma p não perder fontes importantes ou fechar portas. Mas o resultado final acaba sendo um texto em "diagonal", mal meio mal resolvido. Tem momentos de crítica social e de jornalismo micro-econômico sérios e outros em q transpira amor às plumas, paetes e marcas chiques típico do jeito Caras de cobrir os Chique & Famosos...

Em diversos momentos, ela chega a resvalar numa retórica "glamourizante" na qual se esbalda a cobertura jornalística do colunismo social e dos estilos de vida super-ultra-exclusivos. Nada mais, nada menos q a "prima-rica" da estética da fome. Estranhou a comparação? Explique-se:

Essas duas retóricas - a do glamour e a da fome - são profundamente antropologizantes, fascinam nos transportando ao q parecem reinos exóticos, habitados por simpáticos povos infinitamente diferentes de nós mesmos na superfície, mas profundamente parecidos à segunda vista. Ficamos tão entretidos nessa a viagem de descobertas q nem percebemos ainda estamos na esquina de casa e q as diferenças retratadas são, não raro, fruto de realidades embebidas em profundas injustiças sociais. Qdo finalmente aterrizamos nos sentimos um pouco mais "unidos em nossas diferenças" q acabamos perdendo a capacidade de nos indignarmos.

P arrematar a reportagem, a moça admite q existem diferenças e até concede q elas são injustas. Contudo, no final, à guisa de conclusão, ela acaba absolvendo os ricos da riquesa - q, apesar dos pesares, não é crime - e varrendo a culpa da centenária má distribuição de renda em Terra de Vera Cruz p baixo do tapete governamental.

Ela até personaliza o vilão: a culpa é do Lula. O ex-operário feito presidente, torna-se o protótipo do arrivista social q poderia, mas, uma vez desatolado da lama, já não quer fazer nada pelo povo! Verdadeiro calhorda, né não?

Mas, calma lá. Na própria reportagem descobrimos q as "dasluzetes" - as mocinhas q trabalham na Daslu - , são "filhas de políticos e gente influente e endinheirada, os chamados plutocratas". Ou seja, descobrimos q não existe uma diferença assim tão decisiva entre os políticos q formam o governo q deveria estar resolvendo o problema e a elite p quem a Daslu abre generosamente suas portas.

3.5.05

Parque São Jorge

Além do começo fraco no Campeonato Brasileiro, o Corinthians agora amarga outra crise interna. Os brasileiros do clube estão se recusando a compartilhar o mesmo vestiário de seus colegas argentinos.

Boato

A Embaixada da Argentina ainda estuda como se adaptar aos novos rumos da política externa de Nestor Kirchner para o Brasil. Ainda não foi descartada a idéia de adotar, como slogan oficial, a famosa frase de Ernesto "Che" Guevara: "Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás!"