28.7.04

Fouetté

No centro do turbilhão
rodando & rodando
espiralando mobilidades
concêntricas
pura translação
sobre um eixo
(paradoxo estático do deslocamento)
umbigo do mundo
onde o pé toca o chão 
enquanto a vista
descortina horizontes
maiores & maiores
motocontínuos
que chegam perto
                               junto
                                      dentro
até a identidade acontecer
na total vertigem da
mistura dos dois circulos

Circunscrito ativo
ela que gira no mundo
Passivo que circunscreve
no mundo que ela gira

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Mais um de meus poemas sobre coisas q vi de passagem... no caso, foi uma garota demonstrando alguma pirueta de ballet. Aquela visão me atraiu bastante (não q ela fosse particularmente atraente - muito pelo contrário - ela apenas parecia, sei lá, ajustada... perfeitamente contente consigo mesma por estar fazendo aquilo q queria fazer naquele exato momento). 

Isso foi o tiro de largada p uma série de especulações pessoais sobre a questão da completude através de um gesto físico e de como esse sentimento age sobre o indivíduo... tb me interessou a questão do pto de vista (afinal a garota via o mundo girar ao seu redor, tlvz como um parceiro de dança, e isso não deixa de ter algo de mágico em si mesmo... comanadar o mundo pelo gesto), a vertigem enquanto fonte de prazer pela dissolução da consciência (q todos esperimentamos qdo crianças - ou vc nunca rodou até ficar tonto??), etc, etc, etc...

Agradecimento à consultoria especial q me deram em relação ao título:
"Do termo francês fouetté (chicote). É todo movimento seco (chicoteado)feito pela perna, ou pela perna e corpo, quando este faz um movimento, virando para o lado contrário da perna."

Na verdade eu não sei se era esse o movimento q a tal garota estava demonstrando... mas gostei do som!




Um comentário:

Anônimo disse...

Fá ...o texto é bom..mas lhe garanto que a visão que ele despertou-me é muito melhor...