28.7.04

Canalha Morto

Uma sombra de cão te acompanha
na curta caminhada que te resta.
De tua vida já nada mais presta
roída pela fome foi até entranha.

O teu corpo acabou. É fim de festa!
Levastes a vida numa via tão estranha
tão pútrida, tão torta, tão tacanha...
A terra onde te deitam já se cresta

Recusa abrigar tamanha miséria.
Poderá conter uma fina mortalha
todo mar de peçonha em tua matéria?

Haverá alguma bela flor de escolha,
Requiém, opus, dobre, missa funéria
Capaz de honrar tamanho canalha?

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Sabe esse papo extremamente parnasiano de:
"Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!"

Um gde exagero. Sempre detestei os parnasianos, tenho uma birra pessoal com o Olavo Bilac desde q descobri, aos 18, q o cretino foi um dos defensores do serviço militar obrigatório! (GRRRRRR!). Além disso essa coisa toda de "a arte pela arte". Sinceramente. Q pusta bando de mala: "Vou dizer absolutamente lhufas, mas tecnicamente vai ser perfeito". Isso é discurso demagógico...

Mas isso foi qdo eu tinha 18 anos e é muito mais contra o discurso e ideologia da arte parnasianos do q contra os poetas e poesias propriamente ditos... além disso aos poucos vc vai descobrindo gente q usa as formas clássicas p passar msgs anárquicas. Falo do Glauco Matoso, ele é ótimo (especialmente qdo não é típico).

Atualmente ando tentando redescobrir a vida inteligente do soneto. Obviamente, não é o caso desse. Ele foi mais um treinamento de técnica, uma forma de dizer "viu tb sei fazer". Outros sonetos estão em meus planos futuros, mas por enquanto é mesmo verso livre e rima branca.


Um comentário:

Anônimo disse...

e ainda tem a capacidade de nomear o blog de poesia commum??????????