9.9.04

Irmãos de fé

Veio e passou rápida
num vôo rasante
duma beleza tão forte
que chegou marcar no chão
a forma da sombra de suas asas
desdobradas atrás de si
como fossem um tecido negro
bordado de padrões raros
com o fio da respiração suspensa
desse povo que a viu
e já não a poderia esquecer

Testemunhas anônimas dessa grandeza desmesurada de meu Deus
vista sob o disfarce de mulher-anjo voadora
tocando de relance o olhar
homens mulheres crianças
ricos pobres miseráveis defuntos
irmãos na mesma fé
atribuem ao santo de devoção
cada um com o seu próprio panteão
a graça miraculosamente alcançada
em meio às comemorações do auto
ninguém mais se lembra de perguntar
se a vida vale a pena ser vivida
que a resposta ficou clara
quando da passagem dela

--------------------------------------

Faz um tempo q não escrevo... teve o feriadão e tals! E tive outras coisas p fazer e em o q pensar! Não é uma desculpa suficiente, mas é a única q tenho à mão nesse momento.

Esse texto está no prelo (leia-se no draft) faz um tempo. Hoje terminei o dito cujo... Achei meio bobo e mal resolvido, mas faz um tempo q queria flertar com figuras de religiosidade popular. Pela falta de algo melhor publico-o!

Um comentário:

Anônimo disse...

Já disse o quanto eu odeio ou teu senso exacerbado de auto crítica?? Tudo que você escreve é bom... não é atoa que eu te adoro!!! Eu só curto pessoas inteligentes ! (dispensos teus comentários seu sobre a afirmação!rs)