28.7.16

Senhor de Si

Onde, Senhor de Si, vai?
Com estes olhos vazios
(de encantamento),
este cansaço denso estampado
na máscara de couro
que tomou o lugar de seu rosto?

Esse corpo esmagado sob a laje de concreto
...do dia após dia após dia...
quebrado, desconjuntado
e recondicionado em formatos pouco naturais

Qual sua rota de fuga?
O plano B de seu lado A?
Sua cavalgada rumo ao pôr do Sol?

Há muito que você passou do The End
mas a estrada não terminou...

Seu mundo
deixou de ser planície e horizonte aberto
virou selva
virou caverna
virou labirinto

Ensimesmado das responsabilidades de adulto que carrega
quase em silêncio
quase sem nostalgia
daquele outro que ficou para trás

O hoje
é necessário
e há honra em cada cicatriz
e a dignidade do suor em cada metro percorrido

E há futuro pela frente
embora ele já não tenha (como nos tempos da inocência) um formato conhecido

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