O SEGUNDO
trazendo folhas nos bolsos
(sobre)vivemos (a)o segundo
que perdura
e nos soterra em inflexível sucessão
tempo é pó caindo
que mansinho sedimenta
d
e
v
a
g
a
r
sobre tudo
até formar camada
que aplaina as quinas vivas
sob o homogêneo há silêncio
calmaria, sombra e sono
na boca trazemos sementes
teimosas
que contrariam a natureza da superfície
lançando brotos
em desafio ao sol
na planta dos pés
temos raízes
firmadas na eternidade dos segundos
que perduram
(sobre)vivemos (a)o segundo
e temos o coração em flor
Há anos que não passo por aqui. Aí escrevi essa poesia ontem (dia 21 de agosto) como presente de aniversário de casamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário