23.12.04

Roda

A roda roda sempre
e o começo não começa
e fica sem fim o final.

Que a natureza da roda
é definida pela continuidade
de um processo indistinto.

O norte corre sob meus olhos,
escorrega pela tangente
atirado fora do alcance.
Espedaça-se contra as paredes.

O movimento de roda
mecânica bruta
não espera que o ar
encha meus pulmões de fôlego
antes de força-lo para fora
num suspiro de assombro.

A vertigem é a única virtude válida.

A roda nunca pára
para mim
para você
para quem quer que canse e pare
e desça, em definitivo, desse carrossel.

Duvida?
Medo?
Besteiras!

Enfie um sorrizo de través no rosto.
Assobie uma cantiga de ciranda.

------------------------------------------------

Esse saiu um bocado de improviso. Tentei escrever um texto de fim de ano. Acho q não fui lá muito bem sucedido. Não importa, estou assobiando uma cantiga de ciranda... Feliz Natal. Bom 2005 (pq o ano não é novo nem velho).

Abraços aos parcos leitores. Amores ao meu amor.

Nenhum comentário: