25.1.06

Pelo preço de uma...

Demorou uma eternidade, mas não era inesperado. Passando por uma das maiores crises criativas de sua história e preocupada com a possibilidade da galinha dos ovos de ouro bater assas caso a tumultuada relação contratual de ambas chegasse ao fim, a Disney comprou a Pixar. Valor do negócio: a ninharia de US$ 7,5 bilhões. Comprou sim, mas parece que não levou.

Explico. Pelo contrato firmado, o onipresente Steve Jobs tornou-se o maior acionista individual da Disney -- embora, no conjunto, os herdeiros do saudoso Walt continuem controlando a companhia --, Ed Catmull assume o posto de presidente da divisão de animação na qual John Lasseter (diretor de Toy Story 1 e 2, Vida de Inseto e Carros) trabalhará como diretor de criação. No que toca à própria jóia da coroa -- o negócio da animação em si --, um aparelhamento desse porte na corte do Rei Mickey Mouse só pode indicar que o futuro terá mais a cara da Pixar que da Diney.

Esse movimento, aliás, praticamente confirma Jobs como senhor absoluto do e-entretenimento: se através da Apple ele já controlava praticamente sozinho o mercado de música digital, com a incorporação da Pixar pela Disney ele se torna não só o rei da animação digital como, de tabela, ganha acesso direto à um dos acervos cinematográficos do mundo. Nada mal. Especialmente quando lembramos que o principal atrativo do novo iPod é justamente a capacidade de exibir vídeos e que o iTunes é a maior loja de conteúdo em mídia digital do planeta.

Tudo isso, e há ainda uma certa renascença dos computadores Mac que começou com a repaginação completa do sistema operacional e agora chega ao capítulo 2 com a troca dos antigos chips G pelos Intel. É só um chute, mas não me surpreenderia nada se Jobs começasse a demonstrar algum interesse um pouco mais ativo no hipercompetitivo mercado de games...

Nenhum comentário: