18.10.04

Baguera & Shere Khan

Subitamente no Centro Coração das Trevas,
rebrilharam uns olhos verdes cheios duma faísca predadora.
Foram as primeiras estrelas que pontilharam a extensão pura da noite
-- a casca compacta e negra dum ovo vista por dentro --
que cercava tudo a tudo sufocando.
Hipnóticos, só eles faziam sentido!
Aos olhos, seguia-se um corpo esguio, meio grande, e também negro.
Decididamente felino!
Como se recortassem uma silhueta de gato, naquela homegeneidade
[dolorosa subtraindo da massa informe uma outra,
[bem delimitada pela própria singularidade.
Ficaram parados, imóveis... os olhos e o corpo que os acompanhava.
Exceto pela cauda, a cauda que se movia -- introduzindo a brisa na asfixia.
Todo o conjunto -- olhos-corpo-cauda -- encarava o epicentro do Coração das Trevas.
O avaliava. Infinitamente concentrado naquele ponto.
Porque o avaliador estivesse presente, o avaliado estava igualmente lá.
Desafiado pelo olhar da Pantera!
Não poderia ser qualquer outra coisa. Era uma Pantera que o encarava.
E estava à sua frente (Porque agora, que havia o que olhar,
[existia uma frente)!
Ia talvez atacá-lo, ai talvez mata-lo!
Agora que nascia para si mesmo e estava prestes a existir, morreria?
Sabia, pela primeira vez, a exata a extensão da vida inteira.
E tremia e tremia... temendo o instante do bote.
Mas a Pantera não saltava. Não saltou.
Ao contrário, andou de movimentos fáceis à volta toda.
Perto, mais perto, mais perto... Logo ao alcance da mão...
Na suavidade do primeiro toque do pêlo dela sobre o pêlo dele.
[Uma explosão! Luz!
Quebrado transe do Centro, o Coração da Trevas rompeu-se em Savana,
campo de caça inundada de cores e cheiros para o exercício dos corpos.
O antigo Centro agora era ocupante do mundo. Vestia um corpo vigoroso
pintado de tons laranja-avermelhados e raiado do puro negro antigo
(Para sempre lembrar de sua origem).
Examinou-se. Testou-se. Aprovou-se.
Seus olhos (que eram amarelados) perguntaram diretamente aos olhos
[bem verdes dela: "Vamos?"
E parceiros o Tigre e a Pantera sairam à caça.

----------------------------------------------------------------------

Há algum tempo escrevi um texto que chamei "A Pantera". Esse texto foi dedicado a alguém. Sob alguns aspectos esse novo texto é uma continuação daquele primeiro, mas tanta coisa mudou q a continuação é praticamente uma inversão do original. Sintetiza muita coisa q vem acontecendo, q venho sentindo, q venho provando nos últimos tempos. Não sinto mais q sou vítma esperando um avanço (temendo e o desejando simultaneamente). Descobri q sou complementar a ela. Somos igualmente totêmicos. Escolhi o Tigre p mim... Um pouco por pretensão pura e simples, um pouco pq sou doido por tigres, um pouco porque o título (referência a "O Livro da Selva" de Rudyard Kipling... mais conhecido como "Mogli - O Menino Lobo") me soou atraente o suficiente. Agora preciso desesperadamente ir. Pq a Pantera me espera.

[ps] Escrevi esse texto correndo na segunda-feira e não tinha tido tempo de fazer uma revisão dele até o momento. Fiz várias correções, algumas alterações pqnas no poema em si mesmo e mudei a diagramação p deixar mais claro onde começam e onde terminam os versos. Tb editei algo em minha nota pos-poema.

Tb aproveitei p ler os coments. Um deles (extremamente longo por sinal) praticamente grita por uma resposta mau humorada, mas, quer saber, ando contente d+ p ficar entrando (publicamente ainda por cima) em polemicazinhas sem conteúdo, chance de acordo ou futuro... Por isso decidi segurar a minha língua (coisa q de geral não faço) e apagar o tal coment sem qq resposta, espero q isso já seja o bastante. [/ps]

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu amigo feliz... me faz mais feliz!rs.
Poxa, passou minha frente nas estórias..não sei se vou superar essa mágoa! rsrsrsrsrsrs
Quanto a Pantera... bom, ela escreve bem, fala para ela liberar os comentários anonimos no blog, assim facilita a minha vida... rs. A gente sempre elogia o que deve ser elogiado né???? ;-) do resto..me calo da próxima vez, quem te aguenta fá?????rsrs
te amo
beijos da mon

Anônimo disse...

Fábio,
li os posts abaixo...
Deixo quieta a situação, mas gostaria de esclarecer algumas coisas.

Criancice esse negócio de blog para alfinetadas pessoais. Tanto por sua parte, quando pela da sua ex.
Desculpe, essa é a única vez que farei comentários pessoais abertos ao público.

Angelina,
Fazes uma imagem bem errada da Pantera, que como protagonista da nova história que acabou se formando por esses dias, permanece com um ponto de interrogação na cabeça e na situação.
Nada é 8, nem 80.
Sinceramente. Você nem odeia, e nem ama mais o Fábio. Apenas acate isso.
A Pantera, apenas se deixou envolver por estar há tempos solteira (e põe tempo nisso) e ter um colo que lhe parecia seguro.
Colo esse que vc já esteve e que hoje negou veementemente.
Difícil acreditar no seu desespero de menina e ao mesmo tempo crer na mulher que postou esse comentário ontem.
As duas são completamente diferentes. Nada é o 8, mas nada é o 80 tbm...
Espero que a imagem que vc tem de mim não perdure, afinal, só me viu mesmo pelo orkut neh?
Eu sou tranquila e amo a vida do mesmo modo que vc. Mas não julgue ninguém pelo que não vê.
Não sou nada perto do monstro que vc estah moldando das pessoas que quer distância. ok?


Fábio,
Queria conversar contigo mais tarde. Estou um pouco chocada.


Sim,
Essa sou eu,
E assino,

Pantera
(www.inexplicavelmenteeu.blogspot.com)